Pragmatismo do Imediatismo no Desenvolvimento e os problemas decorrentes
O cenário atual possui inúmeras ferramentas para o desenvolvimento, seja qual for sua realidade.
Com a onda da Pandemia em 2020, muitas pessoas (fizeram o correto), de ocupar seu tempo realizando algum curso online, ou até mesmo especializando em alguma outra área, e isso não é errado em se fazer, no entanto devemos – como qualquer ciência – aprender, exercitar, aprimorar algo que aprendemos. Isto se faz necessário para que possamos seguir uma escala evolutiva, condizente a curva de aprendizado e evitar que tenhamos falsa sensação de sabermos absolutamente tudo.
Inúmeras bibliotecas Javascript para trabalhar com frontend surgiram, da última década para cá, como Backbone.js, React.js, Angular, Dojo… …cada qual com sua característica, funcionalidade, enfim. Assim como outras linguagens que atuam no backend, como Go, Rust, Kotlin, Dart, são alguns exemplos que também chegaram com suas características e funcionalidades. Mas afinal a que ponto quero chegar?
É comum vermos projetos inacabados que aproveitam a Hype de uma nova tecnologia, como a Stack MEAN (MongoDB, Express, Angular e NodeJS), claro que esta tecnologia é uma boa opção para o time de desenvolvimento (diga-se de passagem uma stack já consolidada com quase seus dez anos). O problema desta imposição, o que podemos dizer assim, traz consigo problemas que são absurdamente básicos.
A demanda por profissionais na área corrobora para que estes erros acontecem, pois necessita prover algo inovador que as pessoas tem, principalmente agora com a onda da Web 3.0, Blockchains, Criptomoedas e toda essa nova ordem no mundo web.
Os problemas são mais diversos, como as bases educacionais de nosso País (Brasil), em que o indivíduo não compreende, tampouco confecciona um texto com coesão. Há também uma grave falha na formação no campo da abstração, principalmente na ciência matemática, o que dificulta ainda mais o aprendizado, como os conceitos de estrutura de dados, modelos relacionais, ou confeccionar uma classe de serviços.
Inúmeros projetos degradados, como sistemas transacionais com banco não-relacionais, são só exemplos do que eu explanei brevemente acima. Será que a tecnologia está avançando a passos largos?Ou estamos diminuindo nossa capacidade de cognição?É necessário aprender duzentas linguagens para trabalhar Fullstack, e desprezar aquela stack que já nos atende?
Vejo isso como um problema, não que devemos ficar no Status Quo, longe disso. E sim devemos ser críticos ao que é exigido e imposto, pois é humanamente impossível, além de ser extramente burro.
Essa falsa sensação de saber tudo e anda ao mesmo tempo, já tem nome, o Efeito Dunning-Kruger. Se continuarmos nesta escala, logo vamos imaginar que vivemos em um mundo sem solução e, não podemos viver assim, é praticamente impossível vivermos de maneira incessante e imediata.
Vamos a um outro exemplo?Você sabia que é possível trabalhar com redes neurais, predição, dentre outros assuntos que estão na moda com a Linguagem Basic, rodando em um Z-80?Veja aqui esta iniciativa feita pelo brilhante Marcelo Silveira.
Se no modesto MSX, com sua arquitetura de 8bits, 640kb de RAM, conseguimos fazer certas inferências com Inteligência Artifical, então quer dizer que muitas coisas vendidas por ai não são “grandes novidades”, este é o perigo!Saber o que está fazendo, e como fazer!As pessoas não se importam em aprender, apenas querem notoriedade, e isso é absurdamente ruim. Conceitos que já existiam tem seus nomes remodelados, com o objetivo de vender cursos, soluções, os famosos engenheiros de obras prontas. E isto dificulta muito a compreensão do contexto ao qual estamos inseridos.
Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar.
Veja o quão é profundo o que Bauman disse, aliás recomendo a leitura da obra dele que trata sobre a Sociedade atual, em sua Obra Modernidade Líquida.
Pense sobre o que está trilhando, não cometa a auto-sabotagem, tenha sempre a compreensão do cenário e oferte aquilo que lhe é de sua competência.
Até mais ; )